terça-feira, 15 de novembro de 2011

Algumas orientações sobre como controlar a agressividade do seu cão.

Afinal, por que um cão é agressivo? Pode ser por vários motivos, inclusive temperamento ou algum trauma. Exemplo: um cão é atropelado e logo em seguida uma senhora o pega e leva ao veterinário, e o cão se mostra agressivo com esta senhora, por relacioná-la ao atropelamento e achar ser ela a culpada; esse tipo de experiência costuma ser a razão por que o cão se mostra hostil com determinados tipos de pessoas (pelo tipo físico, estilo de uniforme ou outro detalhe que possa relembrá-lo de traumas passados ou simplesmente despertar antipatia). Temos também a “coragem” nascida do medo, ou seja, o cão rosna e morde de puro susto causado pelo que não conhece, e que ataca “para se defender”. Para citar o nunca demais citado compositor baiano Gordurinha, “estupidez não é valentia”.

Outro motivo pode ser alguma doença ou ferimento, que o cão disfarça com atitudes agressivas, para ninguém perceber que ele está doente e vulnerável. Se o cão se tornar agressivo do nada e não for possível mudar sua conduta, leve-o ao veterinário e, se necessário, a um especialista em comportamento animal. Muitas vezes a agressividade vem de berço, ou seja, de abrigo, quando o cão é maltratado ou amedrontado por criadores que mereceriam eles mesmos ser socializados.

Tal como os seres humanos, o canino tem vários graus de agressividade, da mais inofensiva à mais perigosa, e a demonstra de várias formas, muitas difíceis de serem notadas pelos humanos. Sinais mais brandos incluem rosnar, deixar cair as orelhas, desobedecer a comandos, pular para cima de animais ou pessoas; demonstrações mais alarmantes incluem mostrar os dentes, pular de forma agressiva e morder.

Os cães mais agressivos devem ser socializados separadamente de outros animais, crianças e idosos até estarem domesticados o suficiente; alguns casos extremos nem devem conviver regularmente com pessoas. Segundo uma pesquisa inglesa, a mais frequente causa de ferimentos faciais em crianças a ponto e exigir cirurgia e reconstituição não são acidentes de carro ou na cozinha, e sim mordidas de cachorros. Mais um motivo, e dos maiores, para caprichar na socialização dos peludos.

Um fator determinante na agressividade do peludo é sua dominância, que, não custa lembrar, é a relação de liderança ou submissão com relação a outros cães ou ao dono, e é movida a dois fatores: instinto protetor e territorialidade, ou seja, disposição para conquistar, ocupar e defender espaços e objetos. A agressividade é normal em animais de matilha, que vivem juntos e competem para ver quem comanda, quem obedece, ataca e defende melhor. Os cães mais “mandões”, de alta dominância, não recuam perante outros seres que julguem ameaça a seu território, sejam outros cães ou pessoas; obviamente, eles demoram um pouco mais a entender que em casa o humano é quem manda, e devem ser submissos o bastante para obedecer aos donos – não ligue para a balela de que um cão socializado perde o pique para ser cão de guarda; ele apenas deve ser mais bem socializado ainda, para atacar apenas ladrões e invasores.

Dando o bom exemplo
A socialização costuma resolver, se muito bem feita, inclusive em detalhes até sutis. Não adianta o dono exigir pouca agressividade se ele mesmo não for dos mais calmos; o cão interpretará gritos de “PARA DE LATIR!” como “latidos” em outro “idioma” diferente do dele e como incentivo para ele latir mais ainda. Ameaçar o cão desobediente com coleira ou mantê-lo preso o tempo todo são outros erros comuns; coleira deve ser auxiliar para passeio, não uma prisão – sem dúvida deve ter sido isto o que Monteiro Lobato quis dizer quando escreveu sobre Dona Benta dizendo que “a grande desgraça deste mundo é a coleira”.

O bicho deve ser ensinado a não ser hostil com nenhum visitante bem-vindo: parentes, eletricista, tia-avó, namorado etc. Se ele demonstrar agressividade rosnando ou latindo, dê-lhe os comandos de “Não!” ou “É amigo(a)!”. (Ah, sim: espero-o acabar de latir antes de bronquear, para que ele não pense que sua bronca é apenas conversa ou recompensa por ele latir.) Se ele tiver de ficar na coleira, deverá ser recompensado e elogiado se se comportar bem – e deverá ficar preso apenas pelo tempo suficiente. E é bom que ele gaste energia, e portanto agressividade, com brinquedos de morder, passeios e brincadeiras.


(Fonte: yahoo.com/vida de cão)

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